Enquanto a Fernanda explicava para a enfermeira que quando ela foi misturar os elementos, ela não entendia como mais eles simplesmente explodiram e um pouco foi no olho dela fazendo arder daquele jeito, a enfermeira tentava limpar o olho dela mais era praticamente impossível já que não parava de escorrer sangue, parecia uma daquelas cenas de filme de terror que você tem vontade de por a mão na frente para não ter pesadelos de noite.
Eu continuei segurando a mão dela e cada vez que começava a escorrer mais sangue ela a apertava, eu estava ficando apavorada, será que ela ia ficar cega?
Alguns minutos depois o professor entrou na sala informando que os pais dela já estavam a caminho para levá-la ao hospital, se é que o posto dessa cidade pode ser chamado de hospital, mais enfim, ele parecia tão apavorado quanto eu.
-Fernanda eu não quero te criticar, mais você tem certeza que usou só os elementos que eu escrevi no quadro, porque se sim isso não podia acontecer, é contra a ciência.
- Eu tenho certeza que usei apenas os elementos que você escreveu, eu juro alguém deve ter etiquetado errado aquilo.
- Isso é impossível, eu mesmo etiquetei corretamente todos os elementos.
- Então como você me explica o que aconteceu?- ela perguntou com raiva.
-Ei não briguem vocês dois. Fernanda ele é o seu professor e se ele diz que não etiquetou errado é porque ele realmente não etiquetou errado poxa! - eu falei isso um pouco irritada, ela estava chorando sangue, eu talvez tivesse lido o futuro e eles ficavam brigando!? Era muita falta de consideração!
Alguns minutos depois os pais da Fe chegaram e levaram ela imediatamente para o hospital, e por um milagre nem berraram com o professor.
Eu estava indo para casa quando esbarrei no Matheus e acidentalmente deixei os meus livros caírem no chão (ui, parecia aquelas cenas de filmes americanos baratos).
- Ah oi, desculpa eu não tinha visto você- ele falou isso num tom realmente de desculpa enquanto me ajudava e pegar os meus livros que caíram no chão.
-Tudo bem não foi nada- ele me deu os livros- obrigada.
-De nada. Ah eu ouvi um boato de que a Fernanda tinha começado a chorar sangue na aula de Química, isso é verdade?- ele perguntou isso de um modo que eu pude perceber que ele estava muito preocupado, mais porque ele estaria tão preocupado com ela, achei que ele não ia muito com a cara dela e também qualquer um que escutasse que alguém tinha começado a chorar sangue ia achar ridículo e começaria a rir.
- Bom é verdade sim, ninguém sabe ainda o que exatamente aconteceu, mas tudo indica que os elementos foram etiquetados errados e tiveram uma reação, acabaram explodindo e alguma coisa foi no olho dela fazendo eles sangrarem assim.- enquanto eu falava ele ficou prestando atenção em cada detalhe.
- Nossa que azar o dela. Uhun... Eu preciso ir, tchau.
-Tchau.
Ele foi caminhando, quase correndo para fora da escola, parecia que ele estava com muita pressa e eu fiquei ali parada fazendo cara de paisagem como uma completa retardada até o sinal bater e eu ir para a aula de Artes.
Cheguei à sala um pouco atrasada já que eu ainda não conhecia a escola muito bem, me sentei em uma classe em que não tinha ninguém do lado, mal tinha largado a minha mochila e a professora entregou para cada aluno um texto sobre a história de vida do pintor alemão Max Ernst. Estava pegando o meu caderno para fazer um resumo conforme ela avia solicitado quando as letras da folha estranhamente começaram a se mexer, e quando eu digo se mexer eu quero dizer que ela realmente começaram a dar votas na folha de um lado para o outro até um parágrafo formar a seguinte frase:
“As coisas sempre mudam, concordando ou não com elas, talvez para pior ou se tiver sorte o contrario, depende do ponto de vista.”
Dessa vez eu não agüentei e tive que chamar a professora mais quando ela chegou para ler a frase a mesma simplesmente havia sumido, as palavras voltaram a formar o texto de Max Ernst como se nunca tivessem saído do lugar e eu ainda levei uma bronca por ficar fazendo piadas sem graça para a professora!Aff!
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