O Arcano

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segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Oitavo Capítulo!

Eram quatro horas e trinta minutos quando eu desci para a cozinha, resolvi vestir uma calça jeans e uma blusa de manga comprida não muito simples, mas também não muito sofisticada. Fui perguntar para a minha avó onde era o Planetário da cidade, eu ainda não tinha visto o meu pai hoje, já que quando eu acordava ele já tinha ido para a loja eu geralmente só o via no jantar, mas eu esperava que ele não ficasse chateado comigo por ir ver o Mateus sem falar com ele, mas também ele nem poderia ver isso como um encontro então não tinha o porque ele não gostar.
Minha vó me falou que o Planetário ficava na terceira travessa da rua principal, bem ao lado do único banco da cidade, como não ficava muito longe e eu ainda tinha tempo resolvi ir andando.
Enquanto eu ia descendo a rua eu percebi que já estava escurecendo e que a lua, embora quase invisível, já ia aparecendo no céu, não era nem cinco da tarde ainda, mas como era inverno escurecia muito cedo.
Eu estava passando na frente do banco quando vi o professor de ciências, Rogério, saindo do banco, ele parecia estar muito aborrecido com alguma coisa, certamente deveria ser pela demissão.
-Oi professor, tudo bem?
-Oi Júlia, tudo mais ou menos né.
- Ah, olha sobre a sua demissão, eu acredito que não foi você, tenho certeza que o que aconteceu foi sem querer.
-Obrigada pela sua confiança, mais isso não foi suficiente para eu manter o meu emprego – ele falou isso com uma expressão que deu muita dó – mais muito obrigado mesmo assim.
-De nada, e você já sabe se vai conseguir outro emprego?
-Não sei, só tem três escolas nessa cidade e todas já têm professores de ciências, acho que vou ter que trabalhar com outra coisa agora, eu espero que a minha indenização dure algum tempo.
-Ah que chato, mas eu vou torcer para que de tudo certo.
-Obrigada, ah agora eu tenho que ir, tchau.
-Tchau.
Depois da minha rápida conversa com ele eu fui direto me encontrar com o Matheus, não queria chegar muito atrasada mais já eram cinco horas.
Minha primeira impressão do Planetário foi que parecia uma bola de futebol americano gigante com janelas e portas fixadas no chão, para uma cidade como essa parecia ser bem equipado. Na frente tinha um pequeno jardim de grama com um banco amarelo e branco em baixo de uma grande figueira e uma trilha de pedras em direção a porta central, com o sol se pondo no horizonte parecia um cenário de contos de fadas onde qualquer hora a chapeuzinho vermelho podia passar com uma linda cesta de doces só que a diferença é que ela não encontraria um lobo mau. 
Mais infelizmente eu comecei a sentir aquela sensação estranha no estomago de novo, como no dia em que eu vim morar com o meu pai, sempre que eu ia a um lugar que eu não conhecia ou ficava nervosa eu tinha essa sensação de alguma coisa errada, não era um sentimento bom de sentir.
Eu abri a porta e entrei, por dentro o ambiente era aquecido pelos dois ar condicionados e tinha um balcão na recepção, eu estava começando a ficar nervosa, não sabia se ia até o balcão e perguntava por ele, ou ficava ali esperando, mas então para a minha sorte derrepente ele apareceu  no corredor e veio caminhando na minha direção, os cabelos castanho contrastava com a pele clara e quando os nosso olhares se encontraram ele sorrio para mim e eu não consegui evitar de fazer o mesmo.
-Oi – ele disse ainda sorrindo para mim.
-Oi. – eu respondi.
Nós conversamos um pouco ali, depois do “como você esta? ’’ começamos a falar de música e bandas preferidas e parecia que o tempo não tinha passado, só percebi que já fazia um tempo que eu estava falando com ele quando olhei pela janela e percebi que já tinha escurecido. Depois disso nós fomos para o jardim dos fundos onde tinha um enorme telescópio.
Ele me perguntou se eu gostava de estrelas e eu me senti como uma completa idiota quando respondi que nunca tinha parado para pensar muito nisso.
- Eu gosto de olhar para o céu de noite, é como se eu percebesse o tamanho do universo e então os meus problemas parecem insignificantes.
Eu sorri, parecia fazer sentido o que ele estava falando, agora com todo esse meu problema da leitura do futuro eu devia fazer isso de vez em quando.
-Esta vendo aquela estrela ali – ele falou isso me mostrando com o telescópio qual era - ela é da constelação do cruzeiro do sul e se chama Mimosa, é uma das mais brilhantes.
- Ela é fantástica – a estrela era uma das maiores também e tinha um brilho admirável de dar inveja a qualquer diamante.
Nós continuamos falando sobre as estrelas, depois os planetas e quando vimos já estávamos falando de filmes e séries de TV favoritas, descobri que ele também era um grande fã de O Diário do Vampiro. O tempo foi passando e fomos andando até a frente do Planetário quando a Melissa, que cuidava da diretoria, fechou as portas, pois já eram seis horas. Decidimos sentar no banco que havia em baixo da enorme figueira e continuamos conversando sobre hobbies e trilhas sonoras e derrepente quando eu percebi já estava escorada nele enquanto falávamos, e então o rosto dele ficou a apenas centímetros do meu e eu senti o meu coração acelerar e as minhas mãos começaram a suar, e ele me beijou. Na boca.

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