Será que era isso que ia mudar na minha vida, que eu ia acabar descobrindo que o garoto que eu estava apaixonada, o garoto que conseguia me fazer esquecer de todos os problemas era de um outro planeta, que era muito diferente de mim a ponto de morar , sei la, talvez uma galáxia de distancia?
O Arcano
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Refletindo!
Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta, o amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão, o verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar, ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano, isso é só referenciais, ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca, ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Oitavo Capítulo!
Eram quatro horas e trinta minutos quando eu desci para a cozinha, resolvi vestir uma calça jeans e uma blusa de manga comprida não muito simples, mas também não muito sofisticada. Fui perguntar para a minha avó onde era o Planetário da cidade, eu ainda não tinha visto o meu pai hoje, já que quando eu acordava ele já tinha ido para a loja eu geralmente só o via no jantar, mas eu esperava que ele não ficasse chateado comigo por ir ver o Mateus sem falar com ele, mas também ele nem poderia ver isso como um encontro então não tinha o porque ele não gostar.
Minha vó me falou que o Planetário ficava na terceira travessa da rua principal, bem ao lado do único banco da cidade, como não ficava muito longe e eu ainda tinha tempo resolvi ir andando.
Enquanto eu ia descendo a rua eu percebi que já estava escurecendo e que a lua, embora quase invisível, já ia aparecendo no céu, não era nem cinco da tarde ainda, mas como era inverno escurecia muito cedo.
Eu estava passando na frente do banco quando vi o professor de ciências, Rogério, saindo do banco, ele parecia estar muito aborrecido com alguma coisa, certamente deveria ser pela demissão.
-Oi professor, tudo bem?
-Oi Júlia, tudo mais ou menos né.
- Ah, olha sobre a sua demissão, eu acredito que não foi você, tenho certeza que o que aconteceu foi sem querer.
-Obrigada pela sua confiança, mais isso não foi suficiente para eu manter o meu emprego – ele falou isso com uma expressão que deu muita dó – mais muito obrigado mesmo assim.
-De nada, e você já sabe se vai conseguir outro emprego?
-Não sei, só tem três escolas nessa cidade e todas já têm professores de ciências, acho que vou ter que trabalhar com outra coisa agora, eu espero que a minha indenização dure algum tempo.
-Ah que chato, mas eu vou torcer para que de tudo certo.
-Obrigada, ah agora eu tenho que ir, tchau.
-Tchau.
Depois da minha rápida conversa com ele eu fui direto me encontrar com o Matheus, não queria chegar muito atrasada mais já eram cinco horas.
Minha primeira impressão do Planetário foi que parecia uma bola de futebol americano gigante com janelas e portas fixadas no chão, para uma cidade como essa parecia ser bem equipado. Na frente tinha um pequeno jardim de grama com um banco amarelo e branco em baixo de uma grande figueira e uma trilha de pedras em direção a porta central, com o sol se pondo no horizonte parecia um cenário de contos de fadas onde qualquer hora a chapeuzinho vermelho podia passar com uma linda cesta de doces só que a diferença é que ela não encontraria um lobo mau.
Mais infelizmente eu comecei a sentir aquela sensação estranha no estomago de novo, como no dia em que eu vim morar com o meu pai, sempre que eu ia a um lugar que eu não conhecia ou ficava nervosa eu tinha essa sensação de alguma coisa errada, não era um sentimento bom de sentir.
Eu abri a porta e entrei, por dentro o ambiente era aquecido pelos dois ar condicionados e tinha um balcão na recepção, eu estava começando a ficar nervosa, não sabia se ia até o balcão e perguntava por ele, ou ficava ali esperando, mas então para a minha sorte derrepente ele apareceu no corredor e veio caminhando na minha direção, os cabelos castanho contrastava com a pele clara e quando os nosso olhares se encontraram ele sorrio para mim e eu não consegui evitar de fazer o mesmo.
-Oi – ele disse ainda sorrindo para mim.
-Oi. – eu respondi.
Nós conversamos um pouco ali, depois do “como você esta? ’’ começamos a falar de música e bandas preferidas e parecia que o tempo não tinha passado, só percebi que já fazia um tempo que eu estava falando com ele quando olhei pela janela e percebi que já tinha escurecido. Depois disso nós fomos para o jardim dos fundos onde tinha um enorme telescópio.
Ele me perguntou se eu gostava de estrelas e eu me senti como uma completa idiota quando respondi que nunca tinha parado para pensar muito nisso.
- Eu gosto de olhar para o céu de noite, é como se eu percebesse o tamanho do universo e então os meus problemas parecem insignificantes.
Eu sorri, parecia fazer sentido o que ele estava falando, agora com todo esse meu problema da leitura do futuro eu devia fazer isso de vez em quando.
-Esta vendo aquela estrela ali – ele falou isso me mostrando com o telescópio qual era - ela é da constelação do cruzeiro do sul e se chama Mimosa, é uma das mais brilhantes.
- Ela é fantástica – a estrela era uma das maiores também e tinha um brilho admirável de dar inveja a qualquer diamante.
Nós continuamos falando sobre as estrelas, depois os planetas e quando vimos já estávamos falando de filmes e séries de TV favoritas, descobri que ele também era um grande fã de O Diário do Vampiro. O tempo foi passando e fomos andando até a frente do Planetário quando a Melissa, que cuidava da diretoria, fechou as portas, pois já eram seis horas. Decidimos sentar no banco que havia em baixo da enorme figueira e continuamos conversando sobre hobbies e trilhas sonoras e derrepente quando eu percebi já estava escorada nele enquanto falávamos, e então o rosto dele ficou a apenas centímetros do meu e eu senti o meu coração acelerar e as minhas mãos começaram a suar, e ele me beijou. Na boca.
sábado, 9 de outubro de 2010
Sétimo Capitulo!
Eu e o Matheus nos despedimos e fomos cada um para a sua casa.
Eu mal tinha largado a minha mochila no sofá da sala e o meu celular tocou, era a minha, essa não era a primeira vez que ela me ligava dez que eu vim morar com o meu pai, para ser mais exata ela me ligava todos os dias, às vezes até mais de uma vez, mas eu não tinha contado para ela sobre as minhas visões e nem sobre o Matheus, eu não tinha comentado sobre isso com ninguém. As visões porque provavelmente iriam achar que eu era louca ou se acreditassem iriam achar que eu era uma aberração, e talvez eu fosse mesmo porque eu duvido que pessoas absolutamente humanas fiquem vendo o futuro no caderno delas, e sobre o Matheus porque eu não queria que ninguém soubesse que eu gostava dele, era uma coisa minha e que ninguém precisava ficar sabendo, é claro que se ele percebesse e sentisse a mesma coisa seria maravilhoso, mais eu duvido que isso acontecesse.
No outro dia eu acordei atrasada já que o meu despertador fez o favor de não tocar então tive que me arrumar correndo e comer a minha torrada enquanto eu pedalava a caminho da escola e foi só eu pensar que o dia não podia ficar pior para começar a chuviscar e os chuviscos passarem para uma chuva que ia ficando cada vez mais forte.
Estacionei a minha bicicleta no bicicletário e corri para o banheiro das meninas, primeiro olhei para o espelho e tive certeza de que o meu cabelo já teve dias melhores e depois olhei para o meu relógio de pulso e percebi que o sinal já tinha batido fazia cinco minutos, dei uma arrumada básica tentando abaixar o volume das minhas madeixas, mas infelizmente não deu muito certo.
Eu estava correndo corredor a fora quando de repente parei e vi o Matheus parado perto da porta da minha aula que eu já deveria estar assistindo.
-Oi,...uhun eu estava te esperando.
-Ah oi, e então porque estava me esperando? – poxa eu tinha que estar com o meu cabelo tão desarrumado assim?
-Bom é que eu queria te convidar para ir hoje de tardizinha no planetário comigo já que você tinha falado que acho interessante.
- Claro, eu ia adorar. – ele tinha acabado de marcar um encontro comigo? Será que era isso ou era só coisa da minha imaginação fértil.
-Ah que bom então a gente se vê no intervalo, tchau.
-Ta, tchau.
Eu entrei na sala mal acreditando que ele tinha me convidado para ir ver ele hoje à tarde, era uma alegria tão grande que não cabia dentro de mim.
Depois de ter recebido um lindo xingão do professor pelo meu atraso na frente de toda a turma eu percebi que o Christopher, um dos amigos da Fernanda, estava sentado sozinho no fundo da sala então resolvi sentar com ele. Nós conversamos um pouco ele pareceu ser menos fofoqueiro que a Fe, o resto do tempo eu tentei prestar atenção na aula mais era difícil sabendo que eu ia ver o Matheus hoje de tarde perto das cinco horas, e o que eu ia vestir? Eu ainda não tinha nem idéia, e se eu chegasse la e não tivéssemos nem um assunto, eu não entendia nada de astrologia ou coisa parecida e agora o que eu ia fazer?
O sinal tocou e eu fui para a aula de Educação Física, como na aula passada tínhamos acabado de estudar vôlei agora íamos começar com futsal e a professora Lucia preferiu antes de dar os fundamentos fazer um jogo para saber em que nível a turma estava e com a minha sorte o meu time foi o primeiro a jogar e isso não seria problema se eu soubesse jogar alguma coisa, durante todos esses anos eu tinha sido uma completa negação em esportes e não era diferente com o futebol.
O time se reuniu para decidir as posições de cada um e eu fiquei pasma em perceber que eu não conhecia ninguém ali a não ser a Laura, a amiga da Fernanda que eu tinha conhecido no primeiro dia de aula no refeitório junto com o Christopher, eu tinha ficado prestando tanta atenção no Matheus que nem percebi que já estava na escola há alguns dias e não tinha conhecido muitas pessoas ainda.
Uma garota de cabelos encaracolados, olhos castanhos e pele escura que se chamava Cintia ( descobri essa ultima informação quando a professora fez a chamada) foi liderando o grupo e dizendo as posições de cada um, eu não simpatizei muito com ela, todo mundo ali tinha capacidade para saber onde iria jogar melhor, eu obviamente não jogaria bem em nenhuma posição só na reserva mais quando eu tentei explicar para ela que eu jogava muito mau ela simplesmente me colocou de fixa e foi a caminho da posição do pivô.
O jogo começou e eu fiquei andando de um lado para o outro na quadra sem saber o que fazer até que a bola veio na minha direção sendo conduzida por uma garota ruiva e muito alta que com certeza jogava muito bem, eu fui tentar tirar a bola dela, mas quando eu chutei acabei chutando o ar e caindo no chão, a garota já tinha desviado e eu acabei fazendo papel de idiota e machucando o meu joelho, no final do jogo o placar ficou quatro a dois para o time adversário.
Todas as pessoas do time ficaram me olhando com cara feia só porque eu era a garota nova que jogava mal, isso provavelmente teria me incomodado em outros dias mais não hoje sabendo que ele tinha me convidado para ver ele de tarde, hoje poderia acontecer qualquer coisa que eu ainda estaria feliz!
Depois tive aula de Ensino Religioso. Quando chegou a hora do intervalo já tinha parado de chover, eu e o Matheus ficamos conversando na cancha da escola e os dois irmãos deles, o Gabriel e a Mariana, não ficaram com a gente, eu gostei disso já que a irmã dele não tinha gostado de mim mais mesmo assim preferia que ela tivesse ido com a minha cara.
Depois bateu o sinal e eu fui para as minhas outras aulas e quando percebi o sinal da saída tocou, o Matheus me acompanhou até o bicicletário e nos despedimos, eu fui pedalando para casa com um grande sorriso no rosto sabendo que ia ver ele de tarde!
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Sexto Capitulo!
Ele estava la sentado na mesa olhando para mim eu quando vi eu já tinha me perdido naqueles olhos verdes encantadores que eu tanto amava!
Só enquanto eu caminhava em direção de onde ele estava que eu percebi que ele não estava sentado sozinho, tinha mais uma garota muito bonita de cabelos ruivos e olhos castanhos e um garoto loiro de olhos verdes mais que não tinha nem metade da beleza dos olhos do Matheus.
Ele fez sinal para que eu me sentasse com eles e quando eu cheguei perto ele puxou a cadeira do lado dele para que eu me sentasse. Eu já estava entrando em pânico quem era aquela garota? Será que o outro garoto era o namorado dela? E então como se ele tivesse lido os meus pensamentos respondeu:
- Esses são a Mariana e o Gabriel, eles são os meus irmãos adotivos.
-Prazer eu sou a Julia. - eles eram os irmãos adotivos dele, eu não sabia disso, ele sempre falou deles como se tivessem crescidos juntos e tudo, bom talvez realmente tivessem.
-O prazer é meu - disse o Gabriel.
- Também estou feliz em conhecê-la – disse Mariana com uma voz irônica fazendo um sorriso falso.O que eu tinha feito para ela?
Passamos todo intervalo conversando, o Gabriel foi muito simpático, mais a Mariana continuou me ignorando do jeitinho dela, e eu continuava sem entender eu e o Matheus, ele realmente gostava de mim ou só me via como uma amiga?
Quando o sinal bateu nos dois nos despedimos deles e fomos juntos para a nossa próxima aula de história. Estávamos passando pelo quadro de avisos da escola quando eu vi um recado dizendo que o professor de Ciências havia sido demitido, fiquei perplexa, não podiam ter feito isso com ele, ele não era responsável pelo que tinha acontecido com a Fernanda.
- Eu não acredito você viu isso? – Matheus me perguntou olhando para mim com a mesma cara de espanto que eu deveria estar agora.
- Acabei de ler, ele não podia ser demitido, não foi culpa dele.
- É claro que não todo mundo sabe que a culpa foi... Bem de outra pessoa, eu sei que ele nunca faria isso.
- É claro que não, temos que fazer alguma coisa!
- E vamos fazer alguma coisa, depois da aula vamos falar com a diretora!
- Eu espero que ela nos escute!
- Também espero.
Quando chegamos sentamos um do lado do outro e abrimos os livros, eu tentei prestar atenção na matéria nova que a professora Matilde estava tentando explicar para uma turma muito inquieta mais não consegui porque sempre acabava me distraindo quando olhava pelo canto do olho para ele, era simplesmente inevitável que eu perdesse a concentração. E como se isso já não fosse distração o suficiente ainda tinha o problema do professor de ciências que eu não tinha como provar que ele não era culpado mais que por algum motivo tinha certeza que não era e o Matheus parecia também saber disso.
Finalmente depois de cinqüenta e cinco minutos o sinal bateu e trocou de período dessa vez era portuguesa com a professora Vera, mais infelizmente nesse período ele tinha Artes então ele me acompanhou ate a sala da minha próxima aula e depois foi para a sua.
Embora eu geralmente gostasse das aulas de português essa parecia que os ponteiros do relógio estavam congelados, eles simplesmente demoravam uma eternidade para passar alguns minutos e quando finalmente bateu para a saída parecia que eu já estava ouvindo sobre regras ortográficas uma manha inteira.
Sai da sala e já avistei o Matheus no final do corredor me esperando para irmos até a sala da diretora Agatha. Chegando la batemos na porta e esperamos ela responder.
-Pode entrar.
-Com licença diretora.
-Ah são vocês dois, Matheus e Julia, estou feliz em velos, e então porque a visita? – ela falou isso sorrindo enquanto se levantava para guardar uma pasta no armário ao lado da porta.
-É que nós queríamos conversar sobre o caso da demissão do professor Rogério de ciências – o Matheus falou.
-Ele era professor de vocês entendo, ah Julia não era você que tinha aula junto com a Fernanda quando aconteceu aquilo sabe?
-Sim era eu, eu tinha me levantado para ir falar com o Rogério quando comecei a ouvir uns gritos e era ela.
- Deve ter sido horrível para você ver aquilo.
- Bom não foi muito agradável mais eu queria dizer que o professor não teve culpa do que aconteceu.
- Nós precisamos encarar a realidade, ele com certeza não fez intencionalmente mais acabou etiquetando errado os elementos, eu também lamento muito ele é um ótimo professor mais são as regras.
- Mais não a nada que se possa ser feito já que ele não fez por querer! – disse o Matheus, e eu concordava, se a diretora sabia que não tinha sido intencional então porque demitiu ele ué.
-Desculpe mais não a nada que eu possa fazer para ajudá-lo e também esta na minha hora do almoço então se vocês me derem licença. - e falando isso ela saiu pela porta levando embora a nossa esperança.
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